Seis pessoas sentadas, quatro de pé.
Duas liam o jornal, três sorriam para seus aparelhos celulares,
duas conversavam sobre o calor para tentar diminuir a ansiedade,
um homem assobiava a canção que tocava em seus fones de ouvido
e aqueles dois se olhavam de canto.
Ele disfarçou, ela sorriu e logo desmontou a cabeça como
Ele disfarçou, ela sorriu e logo desmontou a cabeça como
se houvesse algo mais interessante em suas mãos do que naquele espaço.
Enquanto isso, o coração disparava.
Ele reparava nela mexendo no cabelo e balançando as pernas como quem detesta esperar.
Quando ele forçava as vistas em outra direção, ela reparava nele,
no seu tênis com o cadarço desamarrado, rasgando a barra da calça contra o chão.
Imaginava quão mais alto ele devia ser.
Se perguntou se ele teria gosto de chiclete ou cigarro.
E qual seria seu próprio gosto.
Enquanto isso, ele se virou para sua direção e seus olhares se encontraram,
mas fugiram um do outro rapidamente.
Ele tentou sorrir, mas os olhos dela já estavam virados para a calçada.
Pensou se deveria perguntar o nome dela, mas seu ônibus chegou.
E, ficou por ali, aquele amor de uma parada.
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